14 maio 2010

"Deixa a garôa cortante da madrugada de São Paulo cortar e molhar seu rosto. Deixa te levar para outra dimensão, te transportar, te transbordar." Foi o que ela ouviu ao fechar seus olhos e içar sua cabeça ao céu negro e nebuloso d'onde caia desconexas gotículas insanas e geladas, típicas daquela terra, num desejo desesperado e urgente de ouvir os Deuses, de transcender a paisagem óbvia e concreta avistada por seus globos oculares.
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Saudade dos velhos tempos, dos velhos amigos, distanciados pelo tempo e pelos acontecimentos, das velhas aventuras e desventuras, dos belos lugares, das juveníces de escola. Mas não uma saudade amargurada, uma nostalgia boa sim, gostosa, que traz felicidade, leveza, não angústia e frustração, lágrimas ácidas.
é muito, muito bom ter coisas boas para rememorar, saber que a vida está sendo vivida com intensidade e vivacidade. Certeza que de estar escrevendo a história no livro de sua vida com letras maiúsculas e bem traçadas.
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Rua Ramalhete

Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes,
O amor anotado em bilhetes,
Daquelas tardes.

No muro do Sacré-Coeur,
De uniforme e olhar de rapina,
Nossos bailes no clube da esquina,
Quanta saudade!

Muito prazer, vamos dançar
Que eu vou falar no seu ouvido
Coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido,
Vamos deixar tudo rolar;
E o som dos Beatles na vitrola.

Será que algum dia eles vêm aí
Cantar as canções que a gente quer ouvir?

Tavito e Ney Azambuja

Faça-nos ouvir: Rua Ramalhete - Tavito