21 agosto 2010

cade la tranquilidad que deixei aqui?

Está no fim mais uma Bienal do livro de Sampa. Muita correria no último mês para preparar tudo que as editoras as quais trabalho precisavam para a presentação, na parte que me cabia.
Apesar de todo esse trabalho nem dei as caras lá. Gosto da Bienal, mas esse ano estava meio no limite, não estava a fim de esse mundo de gente, desse evento gigantesco. Aliás aqui em Sampa é assim tudo gigantesco, as vezes me dá um negócio em relação a isso, dessa megalomania. Tem uma parte (importante) de mim que gosta de reclusão, necessita; precisa de silêncio e de coisas modestas. E aqui pouco se encontra disso.
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Agora é madrugada, três horas, daqui da janela posso ver luzes nas janelas de prédios longe. Há pessoas nestes apartamentos, pensando, sentindo, felizes, preocupadas, com raiva ou fazendo amor.
Daqui vejo um edifício que há somente uma luz ligada. Está bem distante. Que será que está fazendo quem lá está? Será que um dia meu caminho irá cruzar com o dessa pessoa? ver seus olhos?
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Na Band Vale está tocando Roxette, aff, faz teeempo.
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Tenho muito material para produzir até segunda feira. Gosto muito do que faço, escrever é minha atividade preferida, graças aos Deuses a vida me levou para esse caminho. Passei boa parte do ano passado ilustrando livros e revistas, gosto muito também, mas o que me dá mais prazer é realmente escrever. Seja realidade dos jornais e revistas, seja ficção dos livros. Me faz melhor, me decodifica, me saneia, me conduz por um caminho a qual sou mais completo e dou passos mais firmes, mais seguros. Me reconheço.
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Nos próximos três anos pretendo me dedicar mais e mais a isso, negligenciei demais meus amores. Abri mão de mim quando jamais deveria tê-lo feito. As coisas estão se encaminhando naturalmente para isso, para a correção. Vou seguir o caminho que me está sendo apresentado, aliás, que muito me agrada. Parece-me que depois de muitos anos as coisas estão voltando a sua originalidade.
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Agora toca Tony Bennett, me deu vontade de viajar, ...vai entender.
Fico pensando, deve haver pessoas trabalhando agora na madruga nessa rádio, quando era mais garoto sonhava em trabalhar numa rádio, crê? Essa rádio está localizada em São José dos Campos/SP, essa tar de interneta viabilizou coisas bem interessantes mesmo. Eu gosto de escrever ouvindo esssa rádio quando varando a noite.
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Aconteceu algumas coisas essa semana que me deixaram com um pouco de raiva no coração, isso não é comum de acontecer, preciso tirar isso do peito.
Não sei se consigo escrever sobre isso.
Estou procurando a paz aqui no meio da madrugada, o equilibrio, mas creio que não estou conseguindo encontrar o vêio. Minha mente está trabalhando muito rápido, pensamentos em turbilhão. Tem um pedaço de mim que está agoniado, eu vejo. Queria um sorriso, uma conversa à toa.
Acho que vou sair um pouco. Preciso achar o ponto exato disso, não gosto de estender problemas, dilemas. Coisas pequenas viram coisas grandes quando a gente não desembola logo.
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agora La Barca, Moira vem dançar comigo. Ma tu dormiu?
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vida linda, vida louca.

12 agosto 2010

Chuva Leonina se aproximando

Hoje, a Nasa prevê uma linda chuva de meteoros visível nesta madrugada agora (13/08), lá pelas duas da manhã (veja reportagem do portal Terra). Eu adoro as Perseidas, é assim que a astronomia chama esta chuva Leonina. Pois sempre, concomitantemente, ocorrem coisas curiosas em minha vida.
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Segue abaixo úlimo texto que escrevi sobre as Perseidas, ainda no endereço velho do Mausoléu, no Blogger. É aguardar e assitir.

[Sexta-feira, Dezembro 03, 2004]

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Olhai as perseidas no céu
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Semanas sem se manifestar. Mausoléu cerrado, silêncio sepulcrau (como de praxe é um Mausoléu). É estranho como a vida traz uma sucessão de acontecimentos que nos afastam das coisas que amamos, não é? Bem, deixe isso pra lá...
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Mas ao emergir do profundo de meus imprevistos previsíveis vejo em minha caixa de emails e comments dizeres tão legais, é muy importante saber que pessoas sentem falta da gente, do que fazemos ou escrevemos, do que temos a dizer, enfim, de nós. Gente que está em outros lugares, acerca ou longe, outros países, outras realidades, e estão tão pertinho da gente como outros que estão ombro a ombro fisicamente não estão. E sabem de nós, e os que nos olha cara a cara não sabem. É bem interessante.
Meus mais profundos, sentidos e fortes agradecimentos a todos que aqui visitam e às vezes deixam (ou não) seus posts e me fazem crer que sou importante ou que faço parte de um momento de sua atenção. Isso é mágico para mim e de extrema importância.
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Não tem nada a ver, mas no dia 19/11 por conta de uma chuva leonina (aquele montão de meteoros riscando o véu negro do céu noturno) fiquei de cara pro ar olhando o firmamento por um belo tempo na madrugada. Foi bem interessante, pouco vi dos meteoros, mas fiquei contemplando a imensidão celeste na noite. A gente fica sempre olhando pro chão e esquece do universo. Fica registrado na nossa mente que o "Tudo" é um raio de 30 metros a nossa volta e acabou. Então quando olhamos para o espaço perdemos a noção de parâmetros de tamanho e distância diminutos que elegemos para nossa vida e mondo e quando baixamos a visão pro horizontal novamente temos a real percepção que estamos encarcerados em nossos minúsculos e ridículos corpos físicos e que vivemos como ínfimas partículas num universo mais do que gigantesco. Quando olhei a minha volta me senti um pouco "pequeno príncipe" regando a rosa e desentupindo vulcões num minúsculo planetinha então quis também segurar a cauda de algum cometa e sair pela Via Láctea conhecendo vários lugares, outras plagas.... ... ...Ilusão... ...
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Acho q preciso viajar dentro de mim, Já que não posso ser o Cosmonauta da literatura. Conhecer outras galáxias e quadrantes dentro do universo de meu próprio eu, invariavelmente conflitante e peremptório. Me aventurar pelos oceanos desconhecidos das almas que estão próximas a mim, descobrir novas matizes das conhecidas cores das paisagens da minha rotina. Desbravar o Cosmo de meu lugar comum... ...Expandir.
Parecem bobagens mas certas vezes estas coisas, as chuvas leoninas ou outras paradas, aparentemente sem relevância me põem a pensar e delirar por dias, semanas, meses às vezes. Sempre estamos pensando em ganhar dinheiro ou provar que podemos mentir mais perfeitamente que o outro e temos vergonha (ou sei lá o quê) de aplicar tempo pensando nas chuvas leoninas. Eu queria perder mais tempo olhando para o céu nas noites de perseidas e chuvas leoninas. Talvez algum dia me convenceria que o universo não é só os espaços que fazem parte do meu dia-a-dia da maneira que conheço.
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por Ôbèron * Sexta-feira, Dezembro 03, 2004