23 março 2012

Dos livros que li

Este ano se tudo continuar como camnha devo atingir a marca de 3 mil livros lidos, bem lidos e absorvidos; bem como chegar a 100 livros escritos. Para alguns, à priori pode parecer números altos, mas para um editor é média.

Para um leitor comum certamente é, visto que a média de um bom leitor é de 500 na minha idade. Além do livro ser caro no país se guarda o estigma de quem lê mais de dois livros no mês, ou é rico ou não tem mais nada o que fazer, não tem vida social. Triste mentalidade.

Além de ser editor, claro, conta o fato de eu ter crescido em meio a uma rasoável biblioteca, compendiada por meu pai, um amante da literatura. Aos 16 ou 18 já tinha lido mais de 400 livros. E obras de Proust, Socrates, Platão, Engels, Kafka, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Eça de Queiroz, Neruda, Malinowsky, Jung e outros não eram estranhas para mim.

É interessante como isso hoje tomou uma importância diminuta dentro de mim. Claro, eu sei do tesouro que é isso dentro de minha alma, entretanto é tão insignificante quando se observa o ouro do mundo, o interior das pessoas, o universo inteiro que é um ser humano, que todo esse arsenal de conhecimento se simplifica e perde o brilho de metal precioso.

Vejo tantas pessoas se engalanando pelo fato de ter lido Levi Strauss, ou Ivanov, ou Wilde, ou Boff, ou sei lá o quê. Quanta vaidade vazia, despropositada.

Leituras sem vivências é conhecimento morto, que não se transforma em sabedoria. Das pessoas que conheci as mais interessantes, profundas, sábias, criativas eram as mais simples e desprovidas de bagagem catedrática.

Hoje sou responsável direto pela edição de dezenas de livros por ano, e ainda bem, é uma lista eclética de literatura, quase isenta de preconceitos (digo quase pois nunca estamo slivre disso, ainda que nos esforcemos).

Aqui rendo minha homenagem aos simples, aos tranquilos, não empossados nos tronos da vaidade dos que se entendem à parte da "sociedade diminuta".