11 julho 2009

Mientras macetas, guitarras y dibujos

Sabe quando você tenta fazer a ação desastrada de tentar colar um vaso que você gostava muito e que por algum motivo se espatifou no chão ou na parede (note que são espatifados diferentes)?

Você até sabe que o adorno jamais será o mesmo, que ficará faltando pedacinhos fundamentais, que apresentará rachaduras e trincas que qualquer um pode ver a metros de distância, que a cola estará aparente, que não mais voltará a ter a firmeza de antes, tampouco sua beleza, que estará perdida para sempre e só estará presente na sua lembrança, e só lá.

Mas você gostava tanto do vaso. E voilá, você o faz.

Sabe, eu passei boa parte de minha jovem vida ensinando a arte da olaria e mais de mil vasos, de certo, eu fiz. Alguma experiência eu ganhei;

ah, mas desses vasos a gente não pode esperar o esperado.


. . .

E enquanto me encho de preparados alopáticos (depois que você passa dos 35...) e escuto meu blues ácido e nervoso me recordo de meu velho violão que chora guardado em sua valise saudoso de seus momentos mais atarefados. Mas os dedos e mãos do desenhista e redator predominaram sobre os dedos e mãos do músico.

Hoje a música me chama again, agora já editor dos meus próprios alfarrábios y dibujos o blues furioso grita por mim mais uma vez. Talvez é chegada a hora de eu dar espaço para o músico. Para as notas, os colchetes, os compassos.

04 julho 2009

Olhai as perseidas no céu

Semanas sem se manifestar. Mausoléu cerrado, silêncio sepulcrau (como de praxe, é um Mausoléu). É estranho como a vida traz uma sucessão de acontecimentos que nos afastam das coisas que amamos, não é? Bem, deixe isso pra lá...
Mas ao emergir do profundo de meus imprevistos previsíveis vejo em minha caixa de emails dizeres tão legais, é muy importante saber que pessoas sentem falta da gente, do que fazemos ou escrevemos, do que temos a dizer, enfim, de nós. Gente que está em outros lugares, acerca ou longe, outros países, outras realidades, e estão tão pertinho da gente como outros que estão ombro a ombro fisicamente não estão. E sabem de nós, e os que nos olha cara a cara não sabem. É bem interessante. Meus mais profundos, sentidos e fortes agradecimentos a todos que aqui visitam e às vezes deixam (ou não) seus posts e me fazem crer que sou importante ou que faço parte de um momento de sua atenção. Isso é mágico para mim e de extrema importância.
Não tem nada a ver, mas no dia mês passado por conta de uma chuva leonina (aquele montão de meteoros riscando o véu negro do céu noturno) fiquei de cara pro ar olhando o firmamento por um belo tempo na madrugada. Foi bem interessante, pouco vi dos meteoros, mas fiquei contemplando a imensidão celeste na noite. A gente fica sempre olhando pro chão e esquece do universo. Fica registrado na nossa mente que o "Tudo" é um raio de 30 metros a nossa volta e acabou. Então quando olhamos para o espaço perdemos a noção de parâmetros de tamanho e distância diminutos que elegemos para nossa vida e mondo e quando baixamos a visão pro horizontal novamente temos a real percepção que estamos encarcerados em nossos minúsculos e ridículos corpos físicos e que vivemos como ínfimas partículas num universo mais do que gigantesco. Quando olhei a minha volta me senti um pouco "pequeno príncipe" regando a rosa e desentupindo vulcões num minúsculo planetinha então quis também segurar a cauda de algum cometa e sair pela Via Láctea conhecendo vários lugares, outras plagas.... ... ...Ilusão... ...
Acho q preciso viajar dentro de mim, Já que não posso ser o Cosmonauta da literatura. Conhecer outras galáxias e quadrantes dentro do universo de meu próprio eu, invariavelmente conflitante e peremptório. Me aventurar pelos oceanos desconhecidos das almas que estão próximas a mim, descobrir novas matizes das conhecidas cores das paisagens da minha rotina. Desbravar o Cosmo de meu lugar comum... ...Expandir.
Parecem bobagens mas certas vezes estas coisas, as chuvas leoninas ou outras paradas, aparentemente sem relevância me põem a pensar e delirar por dias, semanas, meses às vezes. Sempre estamos pensando em ganhar dinheiro ou provar que podemos mentir mais perfeitamente que o outro e temos vergonha (ou sei lá o quê) de aplicar tempo pensando nas chuvas leoninas. Eu queria perder mais tempo olhando para o céu nas noites de perseidas e chuvas leoninas. Talvez algum dia me convenceria que o universo não é só os espaços que fazem parte do meu dia-a-dia da maneira que conheço.