04 dezembro 2009

Deep Songs


Hoje cantei uma daquelas músicas que fazem sentido só pra gente. Que só lembramos ou cantamos quando algo acontece que faz uma conexão exata e direta com o momento, que arranca lá de dentro um sentimento ou uma lembrança diferenciada, sabe?
Pois bem, cantei.
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Sabe, o contentamento e a felicidade deveria ter um endereço, tipo um pub, um bar, onde a gente entrasse lá, deixasse nossas dores e cicatrizes na chapelaria como se deixa um casaco e sentasse na cadeira, já mais leve, e pedisse um momento feliz como se pedisse um metropolitan. Não, não estou falando de entorpecentes.
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Sabe, eu não entendo, as pessoas falam para os outros e para si mesmos que buscam ser felizes que querem paz e amorosidade, mas o que se vê são pessoas se magoando, extraindo de si o de pior e mais contundente. Ferindo a vários e desferindo em muitos.
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Não precisava de muito para se mudar tudo a nossa volta. Se cada um contesse um pouquinho sua sanha de machucar para se sentir com algum poder e a vida coletiva seria outra, tão melhor. E isso se faria com tão poucas atitudes. Mas o que parece é que para tão pouco ato se precisa de tamanha força inteiror, como se todos estivessem presos e acorrentados aos seus sofrimentos pessoais, suas furiazinhas, seus não-me-toques, seus tesourinhos de dor que as fazem sentir vivas, pessoas diferenciadas (pela tristeza).
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Ontem eu fiquei um pouco olhando o céu na madrugada, (talvez na esperança inconsciente de ver uma bela estrela cadente em fazer um pedido especial) estava bonito, com nuvens nervosas, correndo ligeiras e se contorcendo no céu; encobrindo e revelando a lua a todo momento. Me encanta.
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Outra,
A gente tem que ficar quieto, não pode falar muito verdadeiramente com as pessoas, elas não estão preparadas para as palavras genuínas.
É, seu sei, assusta.
A gente tem de sempre tem de estar falando coisas que elas querem ouvir, de preferência de maneira bem soft e blasé, ficar dando tampinhas nas costas e dizendo "sim, é isso mesmo, fez bem" ou "concordo" ou ainda "se fosse eu, tinha feito igual" ou ainda quem sabe "nossa, que bonito isso que você fez" e etc.
A verdade dita, ainda quando normal e bela, assusta. São momentos bicudos estes, baby.
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Bem, meu caro, prepare os dedos, é mais uma coleção a escrever,
corre que o tempo é curto.
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Sam, toque outra vez:

5 comentários:

Valak disse...

Salve, amigo.
É sempre uma viagem passar e ler um pouco de seus escritos. Mesmo quando fala de cousas corriqueiras escreve de uma maneira que é uma viagem.
Que Deus te dê sempre saúde e mente sã para continuar sua saga.

Pena não nos vermos mais como na frequencia de outrora.
Se cuida.

Anônimo disse...

Eu concordo com td que vc disse!Se cada um fizesse o mínimo de esforço,as coisas começariam,pouco a pouco,a ficar melhores para todos mundo.
Ei,não vai ver a exposição não?E está tão bonita *.*!São todas peças de coleções particulares.Ou seja:Se não vê-las agora,não as verá mais =(.Bjo,Day.

ana henriques disse...

A VERDADE É CURATIVA...ASSIM COMO O SILÊNCIO...MAS A CRIATURA SER HUMANO, O BICHO GENTE INSISTE EM ADOECER, PRESOS EM SI MESMOS, NO Q ACREDITAM SER PODER...

Anita disse...

Não precisava de muito para se mudar tudo a nossa volta. Se cada um contesse um pouquinho sua sanha de machucar para se sentir com algum poder e a vida coletiva seria outra, tão melhor. E isso se faria com tão poucas atitudes. Mas o que parece é que para tão pouco ato se precisa de tamanha força inteiror, como se todos estivessem presos e acorrentados aos seus sofrimentos pessoais, suas furiazinhas, seus não-me-toques, seus tesourinhos de dor que as fazem sentir vivas, pessoas diferenciadas (pela tristeza).
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Anita disse...

"Sabe, o contentamento e a felicidade deveria ter um endereço, tipo um pub, um bar, onde a gente entrasse lá, deixasse nossas dores e cicatrizes na chapelaria como se deixa um casaco e sentasse na cadeira, já mais leve, e pedisse um momento feliz como se pedisse um metropolitan."
Alguém me disse q "a palavra captura"; gosto muito de teus escritos, eles tem Alma. Sua Alma.
E é uma alegria entrar aqui e te lêr. Confio em toda a sua capacidade e plenitude de Ser.
Vc é querido.
Foi, é, e será sempre.