28 janeiro 2012

Roubo, mato e estupro pq sou revolucionário

É, realmente não estou entendendo mais nada. Ontem, no meus tempos de garoto, quando um criminoso entrava dentro de nossa casa e roubava tudo que lutamos para conquistar ele era censurado pelos vizinhos, pela sociedade. Quando alguém entrava dentro de um atelier e roubava esculturas ou pinturas que um artista tinha, através de sua criatividade, produzido através dos meses isso era censurado pelos vizinhos e esses apoiavam a vítima. Ontem quando alguém roubava o dinheiro de alguém numa "saidinha de banco", dinheiro esse fruto do seu suor, os cidadãos rechassavam isso e apoiavam a vítima. Agora é diferente... dolorosamente diferente....
Seus vizinhos agora apoiam o ladrão e acuam a vitima do roubo. Por quê? porque todos nós nos tornamos ladrões miseráveis e caras-de-pau. Somos contra a lei anti-pirataria, acobertando e leniando o ladrão pois isso nos é conveniente, podemos continuar roubando como ratos o alimento na noite dos caminhos. Roubando músicas, filmes, literatura, tudo, tudo, roubando músicos, intérpretes, compositores, escritores, ilustradores, programadores, autores e artistas de toda sorte... o negócio é roubar. Somos ladrões fedorentos e coniventes com o estupro de artistas e criadores de toda ordem por toda a esfera planetária, sedentos que somos por roubar também o que é direito do criador, do trabalhador, do operário da arte, sob a desculpa que temos de lesar a grande indústria manipuladora e capitalista. Mas na verdade só lesamos de fato o artista, que criou algo e vive do direito autoral e não receberá por ele.
Agora, eu, artista, não tenho direito sobre meu próprio ganho sobre minhas obras, pois todos se acham no direito de me roubar, derrubar e chutar minha bunda. Porque direito autoral é para os canalhas donos do mundo e isso tem de acabar (?!?!). Coloquei uma máscara de "V de Vendetta" no meu perfil e sou subversivo, nhec nhec! Nããão, você é só um ladrãozinho. Nada mais que isso.
Viva a lei Anti-Pirataria.


5 comentários:

Ana disse...

Pergunta a cada idéia:
Serves a quem?
Ali onde todos calam, ele fala
(Elogio do Revolucionário/Brecht)
Sou apaixonada pelos escritos de Brecht e essa citação me diz muito.Vejo, dia após dia o descaso montruoso, instalado "entre nós e em muitos de nós" e me pergunto como não enxergam q fazemos parte de um todo e querendo ou não, somos todos atingidos pelo "não sei, não vejo, não quero saber".O ser humano está se perdendo/se vendendo por muito pouco, quando não, por nada.Falta brio, dignidade e pq não, muita vergonha na careta.Mas quem, quantos de nós se importa de fato (ação!)?
Belo escrito!

Ana disse...

Nada É Impossível De Mudar

Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Brecht

Dark Velvet disse...

apoiado

obrigado pela visita no blog

Dayane disse...

Achei engraçado o final,rs.

Eu acho certo e errado ao mesmo tempo.
Acho certo pois cm vc mesmo disse, direitos autorais são direitos autorais!
Mas acho acho errado pois a política no Brasil sobre o consumo cultural é escassa e CARA! Eu jamais teria visto tantos filmes, conhecido tantas bandas, tantas e tantas coisas, não fosse a internet.Bjo

Celso Mathias disse...

ÓTIMO TEXTO.
ÓTIMO PROTESTO!
OS ARTISTAS SÃO LESADOS O TEMPO INTEIRO!
ISSO É IRRITANTE!!!

PARABÉNS!!!

ABRAÇOS!!