01 julho 2010

Na madrugada fria e estrelada...

Voltando para casa hoje, na madrugada, me chamou a atenção o ceú noturno. Estava aberto, sem nenhuma nuvem, lavado pela garôa de horas anteriores.

Antes de entrar no meu Mausoléu, fiquei fitando firmamento, coisa linda. A vivascidade milenar das etrelas.

Entrei, para me proteger do frio uns instantes. Reaqueci meu Croque-monsieur (iguaria preferiada desde a adolescencia). Corpo aquecido e o estômago forrado voltei ao relento, à fria noite, para olhar a beleza celeste.

Coloquei na mureta da sacada minha xícara de café ignorantemente quente e vagarosamente levantei a cabeça e o olhar, e no exato instante, na extaa direção, no exato instante, uma estrela Aqueles um ou dois seguundos viviveis para mim de tamanha beleza foi o incerrar de um movimento talvez milenar.

Fiquei pensando naquela beleza de morte.

Pensei, quantas décadas, séculos, milênios, ou talvez milhões de anos, este fragmento celeste viajou pelo universo, talvez atravessando a galáxia, para naquele momento, finalizar sua "tarefa"; ali, diante de meu olhos. Quantos cinturões, quantas nebulosas, planetóides e planetas tangenciou silencioso e opaco para morrer de maneira brilhante e fulgurante a algumas centenas de quilometros cabeça acima de Ôbèron? no exato momento que olhei para aquele ponto foi seu fim de quantos zilhares de anos?

Enquanto tomava meu café e fazia um cafuné fiquei a pensar nisso tudo, na viagem, na cincronicidade das coisas.

Da cincronia dos encontros, que magia amarra os fatos?



De como, por exemplo, duas pessoas na grandeza do mundo, se encontram dado momento e se apaixonam, de como um ser humano encontra sua morte numa sequência de fatos não críveis tamanha a volta das coincidências, e de tantas outras cincronicidades da vida.

Destino? Fatalidade? Circunstancialidade? Uma mão invisível, governança oculta?

O que é destino e o que é fruto das ações humanas?
O que é inefabilidade e o que é simples improbabilidade físio-química.

O que é "vontade de Deus" e o que é simples limitação do homem diante das circunstâncias?




O que um pedacinho de pedra viajando no espaço não faz com cabecinha mole de alguém sem mais nada o que fazer no meio da madrugada, não é mesmo?


ps.: no meio desse "pensarê" todo esqueci de fazer meu pedido pra estrelinha : S



4 comentários:

ana disse...

Nem sempre sei ou consigo traduzir em palavras o q sinto/penso.
Talvez por toda a beleza dessa madrugada de inverno...
Tb fico aqui contemplando, sentindo um tantinho da imensidão dessa vida, q eu, tão limitada consigo perceber...
Belíssimo instante de tua vida, obrigada por compartilhar.
Q muitos instantes perfeitos façam parte de tua caminhada.

Vallak disse...

Lembra quando a galera acampava? lá em Itatiaia, por exemplo? naquele frio siberiano, vendo as constelaçoes, regado a café com gim, todos falando imbecilidades...heheheheheh....

E a Reba com as lokuras dela XDD

vc conhecia todas as constelações, ninguem se conformava.

good times que não voltam mais : )

fre4k disse...

...momentos unicos,...
jah parei tanto para pensar em tantas perguntas sem respostas...

=(

...adorei seu post,... confesso ter ido ao google para pesquisar algumas palavras rss...


ps: Obrigado por ter passado no meu freak 4ngel blog ^-^

Anita disse...

Sinto falta de textos com esse frescor...
Volta!Ou, melhor!COMEÇA!